PROIBIDO ler e não comentar!

domingo, 27 de dezembro de 2009

...Acontece que ultimamente eu tenho me alimentado de sentimentos múltiplos, todos os que consigo arranjar. Ando muito aberto, talvez por estar previamente vazio, mas não tenho certeza. Muita coisa tem me captado o interesse, muitas coisas diferentes do que geralmente eu venho a ver. Sentimentos, vários. Esse é um deles, o do natal. Independente de minhas opiniões quanto a religião, achei isso tudo muito bonito e com significados que eu antes não conseguia entender, ou sentir, ou me comover. Há outros sentimentos que têm me captado a atenção também, mas não há muito o que falar agora.

Eu adoro sair da minha vida. Adoro ver coisas outras, sentir variedades de situações e sentidos que antes não se via ou que há muito não se via. Adoro sair da rotina, da cidade, do pensamento enjaulado, mesmo que pretensamente livre...

[Em conversa com a Sindy, no google wave, na madrugada de natal]

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bom de tratar os outros livres é que eles não fugirão de você.

Por hoje tudo me cansa.
E nessa sequência dos dias, vou sem tentar me exceder, pois tudo está exatamente como sempre, apenas minha tolerância apaga com mais facilidade.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A pintura é

Um dia chuvoso, suave. As venezianas barram boa parte da luz: aquela nociva aos olhos cansados da vida, ou da existência em vigília. O ambiente todo assenta-lhe suave para os sentidos frágeis, inclusive o sofá onde se deita, melacólica-nostagicamente. Ela olha para o teto branco, imaginando que talvez fumaria se pudesse, para tornar a memória áspera da existência cada vez menos real. Felizmente para ela, o ambiente sutil a fez sair de si, e as lágrimas represadas não parecem mais tão nervosas. A respiração parece querer parar a qualquer momento, no transe congelado em que se encontra, mas estranhamente se mantém. Num dado momento, suspira, e se pergunta quanto mais viverá daquele jeito [Ou, mais pessimista, o quanto mais durará a vida - que é só aquilo?]

sábado, 31 de outubro de 2009

Contente!

Eu não me contento.
Não me contento com o pouco, o mesquinho, o fraco.
Não me contento em dormir com a noite toda pela frente.
Não me contento com uma vida, quando posso ter todas as vidas possíveis.
Meu corpo não aguentaria, minha existência e materialidade filosófica se aniquilariam.
Mas ainda assim, incontentável.
Como me contentaria?
Assim, incontente, sofro de várias sortes de violências da existência.
Violências que não se contentam.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Preparação

Toda nossa vida é um treino
Mas para quê?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Excertos de um quebra-cabeça mórbido

Bebia o copo de água como se fosse veneno.
Tinha mania de morte: a via e a queria onde quer que fosse.
Mas a morte é ingrata - não veio.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A melancolia não quer cura: quer escolta.

domingo, 23 de agosto de 2009

Relacionamento moderno

Ela - temos duas opções: ou a gente transa, ou a gente conversa.
Ele - ah, vamos conversar então...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Rascunho comportamental

Jovem nenhum está satisfeito com o que é. Não importa a magnificência pessoal, a habilidade artística, a harmonia da família, a capacidade intelectual, a tranquilidade financeira, a habilidade interpessoal. Há sempre um ponto que escapa, que frustra, que desespera.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Onania

Depois do êxtase, o mundo morre.
Morre porque o resto todo é ilusão.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Questionário de prache [ou de Proust?]

1. Qual é a sua maior qualidade?
Capacidade de reflexão e adaptabilidade

2. E seu maior defeito?
Instabilidade

3. A característica mais importante em um homem?
Independência de preceitos tipicamente masculinos

4. E em uma mulher?
Não-obviedade

5. O que você mais aprecia nos seus amigos?
A notoriedade, elevação de espírito, distinção dos "comuns"

6. Sua atividade favorita é…
Música, apreciação e execução

7. Qual a sua idéia de felicidade?
Tranquilidade, seja tranquilidade cinética ou estática. Leia-se a tranquilidade como sutileza na vida.

8. E o que seria a maior das tragédias?
Perda da liberdade/capacidade de pensamento

9. Quem você gostaria de ser, se não fosse você mesmo?
Ah, sou tão egocentrico... xD

10. E onde gostaria de viver?
Alguma vila alemã... talvez Wacken...

11. Qual sua cor favorita?
O que importa é a harmonia/impacto. geralmente preto, verde, azul...

12. Uma flor?
Ah, são tantas. Mas fico com a flor de murta, e uma orquídea [eu sei que era pra ser uma só...]

13. Um pássaro?
Coruja [rapina, e tão distinta xD]

14. Seus autores preferidos?
Oscar Wilde, Machado d'Assis, Saramago, Alan Poe. Não me lembro de muitos...

15. O os poetas que mais gosta?
Manuel Bandeira, Vinícius de Morais, Vane Pimentel, Cazuza, Renato Russo...

16. Quem são seus heróis de ficção?
Ah, nem tenho heróis não... talvez Lord Henry...

17. E as heroínas?
Nem tenho heroínas, também...

18. Seu compositor favorito é…
Vivaldi

19. E os pintores que você mais gosta?
Dali, Alexius [vale?]... acho que sou pouco visual, afinal...

20. Quem são suas heroínas na vida real?
Minha vó... ah, sei muito pouco de biografias pra ter heróis/heroínas...

21. E quem são seus heróis?
Einstein, Carl Sagan...

22. Qual sua palavra favorita?
Niilismo [?!]

23. O que você mais detesta?
Incapacidade de enxergar/ouvir/sentir

24. Quais são os personagens históricos que você mais despreza?
[OMFG, não dá pra perguntar algo que dê pra eu responder?!]
Mas, bem... tem o Bush filho, o Hitler...

25. Quais dons naturais você gostaria de possuir?
Habilidade para mentir/dissimular, determinação...

26. Como você gostaria de morrer?
Caindo de um prédio bem alto

27. Qual seu atual estado de espírito?
Sono/confiança/boa expectativa

28. Que defeito é mais fácil perdoar?
O hábito

29. Qual é o lema da sua vida?
Algo hedonista, intelectual, ávido por liberdade. Pode ser "A primeira mudança liberta, sendo o entrave para mudanças sucessivas." [ok, não ficou uma frase lá muito bem construída. Talvez eu pense em algo depois...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ah, vim pegar um negócio e já to indo...

Bem, to só acá pra não acharem que deixei a página ostrática total...
E, caso alguém esteja ávido por novidades [ôoo, pretensão..], deixo algumas palavras vazias aqui...

Penso que a vida [relativamente] boa sufoca um pouco da arte... Será que quero os desastres a me marcarem e me fazerem poetizar?

Ah, vou ali dormir...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Maldição corriqueira

Alguns dias são mais pesados, e geralmente estes se encontram em sequência. A indisciplina te domina pela insatisfação/incoerência com o mundo. Importa-lhe as coisas erradas, e as que deveriam ser consideradas têm teu desprezo. Se possível, come-se e bebe-se mais que o necessário; entretem-se nas coisas mais vadias e banais. E o sono. O pegajoso sono. Não que o período de vigília seja esfumaçado pela sonolência, mas quando tu dormes, não queres ser acordado mais, a realidade alternativa te prende, sucumbes à fraqueza humana da ânsia da ilusão que te tire o peso da existência. Teu desejo torna-se o sono eterno, a analgesia infinita.

domingo, 24 de maio de 2009

Amanda

"Amanda brasa, saiu de casa, passou batom e quebrou a asa.
Esculturada, a mais notável
Que voz bonita, que tom amável.

Entrou no bar, alguém a olhava.
Num só segundo, notou que amava.
Pensou:
Meu silicone são mamas eternas
e o meu "cacho", fracasso entre as pernas
- Óh Deus, faço tudo que quiser, mas não me deixe gostar de mulher!

A outra, na dúvida pior do mundo,
não sabia que Amanda, era Raimundo.
Pensou:
- Óh Deus, faço tudo que quiser, mas não me deixe gostar de mulher!

Relutaram contra a força do destino
Sem saber que em seus olhos, já casavam a menina com o menino.
Nas vibrações do amor latente, foram viver maritalmente,
Pareciam inocentes noutros assuntos, mas quando transavam gozavam juntos.
Vícios, complexos e papos, compensavam seus trapos.
Mas, veja só o que Amanda fez:
Virou macho de vez! O Raimundo burguês!

- Adeus Raimundo e sua face mesquinha,
não sou mais sua escrava de cama e cozinha
Você era doce, não tem o que tinha
Te cuida, amor.
Te amo, Mundinha.
Adeus. Adeus. "

-Vane Pimentel

[Ouçam a banda vandaluz, música "mulher da roça".
Magnífica[s].]

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Morte certius est

-Mas como é estar morrendo?
-É como se fosse uma epifania, uma conversão. Diante do fim eminente, e sem a crença num pós-morte, num paraíso para a eternidade, você entende que assim como a morte é sutil, a vida é sutil. Você enxerga como as coisas que você vinha fazendo eram desimportantes e levianas, que você vinha desperdiçando sua vida, sua energia, em coisas que não significavam nada realmente. Há o sofrimento inicial, mas depois de um tempo começamos a viver a vida de um modo mais pleno, próximo de como deveria ser vivida. É um milagre, um remédio para o espírito, algo que, se todos experimentassem, seriam pessoas melhores.
-E o que será daqui para frente?
-Há, por vezes, o desespero, de que está-se morrendo e só agora começou-se a viver de modo que realmente importe; é quase injusto (mas a vida é justa?). Quero gritar "já aprendi a lição, pode me liberar desse sofrimento agora?!"! Mas quem me ouvirá?! Os deuses estão todos mortos... resta-me abraçar a morte também, afinal...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Metamorfoclastia

Nos medos receios, sem riscos me morro.
No mais que clareio, não mais me recorro
a inócua cautela, safada e singela,
que renega ao humano o ar donde veio.
Em meio ao meneio dos prantos sem vida
as coisas contidas, os ventos baratos
não mais me saciam o claro pulmão.

No dado instante, introspecto a mente
e me vem claramente o como crescer:
o choque dos medos nos sumos desejos,
sem mais prantos secos de outrora se ver
e sem mais prantos mudos, obsessões, sonos surdos
-Temendo-se o grande não podemos viver.

(sendo este o objetivo dos fortes libertos
dos muitos tão certos do ser ou não ser)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Anúncio

EMPRESTA-SE OU ALUGA-SE AMOR
De boa qualidade
Amplamente personalizável
Versões 'platônico', 'carnal' ou 'mix'
Sem prazo definido
Sugere-se apenas não criar apego,
pois posso exigi-lo de volta a qualquer instante

contate-me na mesma rua, mesma vida de sempre.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sombra

a sombra fica onde deveria estar todo o ser
e o corpo passeia por um filme já antigo, remendado.
perde pedaços, mas parece não se importar
mas a pergunta que não se vê resposta: por onde anda a alma?
representativa como a sombra, automática com o corpo, ou buscando a criação de novo espetáculo audio-visual-sensitivo?

acho que não a encontro
mas também não procuro muito
o pacato me envolve, e durmo...


[porque scraps dão bons posts ;]

terça-feira, 3 de março de 2009

De repente me completo [ou me despedaço] de outros modos...

www.fotolog.com/leozoide

Súbito e nulo

vontade de filosofar, de amar
de correr e gritar

mas nada me ocorre à mente...

[embora tudo me ocorra com intensidade, no exato instante efêmero...]

domingo, 25 de janeiro de 2009

Parmênides se equivoca

Energúmeno é o fato de que as pessoas mudam, deixam de sê-las, de um modo inconveninente. Gosto muito de pessoas no passado, que pouco me importam no estado presente.

A gente perde tantas pessoas que tinham potencial...

Ainda bem que também ganhamos tantas outras..

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Eis a questão

De um lado do ringue, a visão fria de mundo, que não quer se deixar levar por ilusões ou levianeidades, que quer preto no branco. Não há deuses, motivos sublimes, apenas nascemos para crescermos, nos reproduzirmos e morrermos, o que há entre isso é para matar o tempo. É assim pois é a verdade lógica do universo, um pensamento amadurecido, liberto das fraquezas humanas, das "muletas mágicas".

Do outro lado do ringue, a visão idealista do mundo, que vive entremeante em ilusões, belezas não necessariamente verdadeiras. Enfeita a existência para seu próprio deleite, guia-se pelo lado humano no âmbito menos racional, pois está ciente de que racionalismo demais é nocivo. Chamam-no fraco, mentiroso a si mesmo, mas não se hesita.

Enfim, a questão é a seguinte:

a verdade fria e desoladora ou a ilusão feliz, descompromissada?

sábado, 17 de janeiro de 2009

Hope is a dog from hell

.Vim andando - claro, não poderia fazer outra coisa. O sol já se punha, esfriava o tempo, como quem bane as pessoas para as próprias casas e mentes, na introspecção que é a noite solitária.
.Vim andando, me retendo para não olhar para trás, tentando não alongar esse momento meio frustrante, meio bobo. Mas no ímpeto da curiosidade - ou esperança - me viro sutilmente, e me deparo apenas com a mesma paisagem que aí estivera durante a tarde. Faltou algo, que não sei quando aparece, se aparece, apenas aguardo-me, na humildade que desenterro não-sei-de-onde - talvez seja só um capricho do meu orgulho, que se orgulha na própria camuflagem, a vaidade dando-se a ao luxo de satisfazer a outra vaidade, externa a mim. Faltou, talvez, alguém.. donde um vão na minh'alma toma forma e sussura uma alma.
.Vim andando, derrotado apenas hoje, e no resto dos cânones desse dia que se vai.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Diplomacia

Quiseram me ensinar diplomacia. Mas na fúria de observar as mentiras fáceis, o cinismo intrínseco não foi notado. O fato é que menti tanto nos últimos meses que sinto repulsa de mim mesmo. Mentiras diplomáticas; certamente mal-direcionadas e egoístas, mas diplomáticas.
Por mais que eu tente adentrar na devassidão e no hedonismo, meu corpo se nega e só se vêem cicatrizes sobre o pouco desfrute. "O sofrimento traz sabedoria", mas vale mesmo a pena? Que parte do ser pode ser utilizada sem demasiado dano, se a mente, alma ou corpo? Já questiono o quanto posso retomar meu estado equilibrado... Ou o quanto estou sendo sábio no desperdício do meu corpo e alma... A cada vez sei mais coisas, mas estou utilizando esse conhecimento realmente? Pois pelo que vejo estou apenas cometendo os mesmos erros horríveis de antes, e me tornando a pior pessoa possível quando a onda passa...

sábado, 10 de janeiro de 2009

A puta

"Quero conhecer a puta.
A puta da cidade. A única.
A fornecedora.
Na rua de Baixo
Onde é proibido passar.
Onde o ar é vidro ardendo
E labaredas torram a língua
De quem disser: Eu quero
A puta
Quero a puta quero a puta.

Ela arreganha dentes largos
De longe. Na mata do cabelo
Se abre toda, chupante
Boca de mina amanteigada
Quente. A puta quente.

É preciso crescer esta noite inteira sem parar
De crescer e querer
A puta que não sabe
O gosto do desejo do menino
O gosto menino
Que nem o menino
Sabe, e quer saber, querendo a puta."

- Carlos Drumond de Andrade

Eu quero a puta!
[pois as que amam também odeiam. se magoam, me torturam. me magoam, as torturo. e o ciclo macabro se finda no sonho que não alcanço, o ciclo fatídico prossegue na realidade de que não me livro. e as realidades trocam-se aleatoriamente, minhas realidades e vossas realidades, no ímpeto louco da idéia bipolar que é o amor, morrendo a cada segundo na espinha dos românticos, matando-os a cada segundo. sou romântico que morre da doença dos não-romanticos, por vezes o contrário. mas morro e sempre morro.]
[mas nem a puta funcionou.. keep walking..]

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Carta desenterrada, mas não menos distante

Dias brancos vêm e vão
Não sei se foi algo que perdi
Ou que não encontrei, que me falta
Sei que tua distância esvai meu sangue
Mesmo que tua memória refaça meu sorriso
Pressinto, sem data, teu encontro
Pelo qual minha alma anseia

3/10/2007

[acho que eu era mais poeta.. ou mais triste..
de qualquer modo, achei isso nos meus registros e lembrei que ficou bom.]