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domingo, 24 de maio de 2009

Amanda

"Amanda brasa, saiu de casa, passou batom e quebrou a asa.
Esculturada, a mais notável
Que voz bonita, que tom amável.

Entrou no bar, alguém a olhava.
Num só segundo, notou que amava.
Pensou:
Meu silicone são mamas eternas
e o meu "cacho", fracasso entre as pernas
- Óh Deus, faço tudo que quiser, mas não me deixe gostar de mulher!

A outra, na dúvida pior do mundo,
não sabia que Amanda, era Raimundo.
Pensou:
- Óh Deus, faço tudo que quiser, mas não me deixe gostar de mulher!

Relutaram contra a força do destino
Sem saber que em seus olhos, já casavam a menina com o menino.
Nas vibrações do amor latente, foram viver maritalmente,
Pareciam inocentes noutros assuntos, mas quando transavam gozavam juntos.
Vícios, complexos e papos, compensavam seus trapos.
Mas, veja só o que Amanda fez:
Virou macho de vez! O Raimundo burguês!

- Adeus Raimundo e sua face mesquinha,
não sou mais sua escrava de cama e cozinha
Você era doce, não tem o que tinha
Te cuida, amor.
Te amo, Mundinha.
Adeus. Adeus. "

-Vane Pimentel

[Ouçam a banda vandaluz, música "mulher da roça".
Magnífica[s].]

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Morte certius est

-Mas como é estar morrendo?
-É como se fosse uma epifania, uma conversão. Diante do fim eminente, e sem a crença num pós-morte, num paraíso para a eternidade, você entende que assim como a morte é sutil, a vida é sutil. Você enxerga como as coisas que você vinha fazendo eram desimportantes e levianas, que você vinha desperdiçando sua vida, sua energia, em coisas que não significavam nada realmente. Há o sofrimento inicial, mas depois de um tempo começamos a viver a vida de um modo mais pleno, próximo de como deveria ser vivida. É um milagre, um remédio para o espírito, algo que, se todos experimentassem, seriam pessoas melhores.
-E o que será daqui para frente?
-Há, por vezes, o desespero, de que está-se morrendo e só agora começou-se a viver de modo que realmente importe; é quase injusto (mas a vida é justa?). Quero gritar "já aprendi a lição, pode me liberar desse sofrimento agora?!"! Mas quem me ouvirá?! Os deuses estão todos mortos... resta-me abraçar a morte também, afinal...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Metamorfoclastia

Nos medos receios, sem riscos me morro.
No mais que clareio, não mais me recorro
a inócua cautela, safada e singela,
que renega ao humano o ar donde veio.
Em meio ao meneio dos prantos sem vida
as coisas contidas, os ventos baratos
não mais me saciam o claro pulmão.

No dado instante, introspecto a mente
e me vem claramente o como crescer:
o choque dos medos nos sumos desejos,
sem mais prantos secos de outrora se ver
e sem mais prantos mudos, obsessões, sonos surdos
-Temendo-se o grande não podemos viver.

(sendo este o objetivo dos fortes libertos
dos muitos tão certos do ser ou não ser)