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domingo, 25 de janeiro de 2009

Parmênides se equivoca

Energúmeno é o fato de que as pessoas mudam, deixam de sê-las, de um modo inconveninente. Gosto muito de pessoas no passado, que pouco me importam no estado presente.

A gente perde tantas pessoas que tinham potencial...

Ainda bem que também ganhamos tantas outras..

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Eis a questão

De um lado do ringue, a visão fria de mundo, que não quer se deixar levar por ilusões ou levianeidades, que quer preto no branco. Não há deuses, motivos sublimes, apenas nascemos para crescermos, nos reproduzirmos e morrermos, o que há entre isso é para matar o tempo. É assim pois é a verdade lógica do universo, um pensamento amadurecido, liberto das fraquezas humanas, das "muletas mágicas".

Do outro lado do ringue, a visão idealista do mundo, que vive entremeante em ilusões, belezas não necessariamente verdadeiras. Enfeita a existência para seu próprio deleite, guia-se pelo lado humano no âmbito menos racional, pois está ciente de que racionalismo demais é nocivo. Chamam-no fraco, mentiroso a si mesmo, mas não se hesita.

Enfim, a questão é a seguinte:

a verdade fria e desoladora ou a ilusão feliz, descompromissada?

sábado, 17 de janeiro de 2009

Hope is a dog from hell

.Vim andando - claro, não poderia fazer outra coisa. O sol já se punha, esfriava o tempo, como quem bane as pessoas para as próprias casas e mentes, na introspecção que é a noite solitária.
.Vim andando, me retendo para não olhar para trás, tentando não alongar esse momento meio frustrante, meio bobo. Mas no ímpeto da curiosidade - ou esperança - me viro sutilmente, e me deparo apenas com a mesma paisagem que aí estivera durante a tarde. Faltou algo, que não sei quando aparece, se aparece, apenas aguardo-me, na humildade que desenterro não-sei-de-onde - talvez seja só um capricho do meu orgulho, que se orgulha na própria camuflagem, a vaidade dando-se a ao luxo de satisfazer a outra vaidade, externa a mim. Faltou, talvez, alguém.. donde um vão na minh'alma toma forma e sussura uma alma.
.Vim andando, derrotado apenas hoje, e no resto dos cânones desse dia que se vai.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Diplomacia

Quiseram me ensinar diplomacia. Mas na fúria de observar as mentiras fáceis, o cinismo intrínseco não foi notado. O fato é que menti tanto nos últimos meses que sinto repulsa de mim mesmo. Mentiras diplomáticas; certamente mal-direcionadas e egoístas, mas diplomáticas.
Por mais que eu tente adentrar na devassidão e no hedonismo, meu corpo se nega e só se vêem cicatrizes sobre o pouco desfrute. "O sofrimento traz sabedoria", mas vale mesmo a pena? Que parte do ser pode ser utilizada sem demasiado dano, se a mente, alma ou corpo? Já questiono o quanto posso retomar meu estado equilibrado... Ou o quanto estou sendo sábio no desperdício do meu corpo e alma... A cada vez sei mais coisas, mas estou utilizando esse conhecimento realmente? Pois pelo que vejo estou apenas cometendo os mesmos erros horríveis de antes, e me tornando a pior pessoa possível quando a onda passa...

sábado, 10 de janeiro de 2009

A puta

"Quero conhecer a puta.
A puta da cidade. A única.
A fornecedora.
Na rua de Baixo
Onde é proibido passar.
Onde o ar é vidro ardendo
E labaredas torram a língua
De quem disser: Eu quero
A puta
Quero a puta quero a puta.

Ela arreganha dentes largos
De longe. Na mata do cabelo
Se abre toda, chupante
Boca de mina amanteigada
Quente. A puta quente.

É preciso crescer esta noite inteira sem parar
De crescer e querer
A puta que não sabe
O gosto do desejo do menino
O gosto menino
Que nem o menino
Sabe, e quer saber, querendo a puta."

- Carlos Drumond de Andrade

Eu quero a puta!
[pois as que amam também odeiam. se magoam, me torturam. me magoam, as torturo. e o ciclo macabro se finda no sonho que não alcanço, o ciclo fatídico prossegue na realidade de que não me livro. e as realidades trocam-se aleatoriamente, minhas realidades e vossas realidades, no ímpeto louco da idéia bipolar que é o amor, morrendo a cada segundo na espinha dos românticos, matando-os a cada segundo. sou romântico que morre da doença dos não-romanticos, por vezes o contrário. mas morro e sempre morro.]
[mas nem a puta funcionou.. keep walking..]

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Carta desenterrada, mas não menos distante

Dias brancos vêm e vão
Não sei se foi algo que perdi
Ou que não encontrei, que me falta
Sei que tua distância esvai meu sangue
Mesmo que tua memória refaça meu sorriso
Pressinto, sem data, teu encontro
Pelo qual minha alma anseia

3/10/2007

[acho que eu era mais poeta.. ou mais triste..
de qualquer modo, achei isso nos meus registros e lembrei que ficou bom.]